segura de mim, digo palavras que sei: não me bastam. segura de si, dizes mais uma vez, e mais outra, entre tantas nas quais dissemos tantas vezes.
a frase engasgada do seja feliz. o olho vermelho da lágrima que teima em não cair. a ligação que não foi feita. sensação de foda mal terminado. garganta seca com gosto de agridoce e o bilhete de vai tomar no cú.
19.10.06
O dia começa entre uma música e outra.
Me dedico a entender cada nota, mas as pestanas indicam a dificuldade das coisas.
As mãos continuam suando, talvez pra que eu não esqueça de estar sempre inquieta.
O dia de intervalos me lembra da falta do que respirar.
E quando não me mata de raiva, me mata de saudades.
Me dedico a entender cada nota, mas as pestanas indicam a dificuldade das coisas.
As mãos continuam suando, talvez pra que eu não esqueça de estar sempre inquieta.
O dia de intervalos me lembra da falta do que respirar.
E quando não me mata de raiva, me mata de saudades.
14.9.06
ouvi dizer que és branda, carente. que precisas estar num quarto escuro e fechado, para que alguém o abra e te arranque de lá. porque tu precisas sentir-se amada, mesmo ouvindo todos dizerem que te amam. e que os teus sorrisos são sinceros, e você sempre os distribui. porque te julgas uma menina simpática. mas que habitas um mar de impurezas, e que os versos que te inspiram são tua essência. e me orgulho de ti, por seres assim, tão menina. tão minha.
12.9.06
20.8.06
descabida e toda. vai, agora.
ela Tereza nem me aparece, carne e osso, e me leva. e não leva. e esquece. e a vejo. um cabelo assim curto-longo. simultaneamente, irônica e amarga.
e toda.
estar nela com ela por ela e dela, qualquer coisa assim sem ela. só dela. sem ela. nunca dela.
nossa véspera pode arranhar a data.
vou te dizer, Tereza, algo se passa naquele lugar.
digo, por um modulado sentimento.
aceitas tudo, afinal?
se os ventos do meu tempo por cabimento em nosso momento.
se os cantos do meu som nos teus braços e dentes.
se as luzes do meu ser por entre as aves de quando o dia nascer. das janelas de madeira e todas as noites de lua. dos porres. das escolhas.
tudo fica mais claro, e descobri porque sou apenas sono. profanas borboletas naquele jardim de cajueiros, borboletas vindas dos paroxismos espremidos.
não entenda. nunca te pedi isso.
aliás, já te pedi alguma coisa? melancolia barata!
ampla e garganta. garganta tua.
eu, curiosa e oscilante. tu, mistério.
eu, mistério. tu, oscilante.
eu, sozinha. como tarde. e toda.
ela Tereza nem me aparece, carne e osso, e me leva. e não leva. e esquece. e a vejo. um cabelo assim curto-longo. simultaneamente, irônica e amarga.
e toda.
estar nela com ela por ela e dela, qualquer coisa assim sem ela. só dela. sem ela. nunca dela.
nossa véspera pode arranhar a data.
vou te dizer, Tereza, algo se passa naquele lugar.
digo, por um modulado sentimento.
aceitas tudo, afinal?
se os ventos do meu tempo por cabimento em nosso momento.
se os cantos do meu som nos teus braços e dentes.
se as luzes do meu ser por entre as aves de quando o dia nascer. das janelas de madeira e todas as noites de lua. dos porres. das escolhas.
tudo fica mais claro, e descobri porque sou apenas sono. profanas borboletas naquele jardim de cajueiros, borboletas vindas dos paroxismos espremidos.
não entenda. nunca te pedi isso.
aliás, já te pedi alguma coisa? melancolia barata!
ampla e garganta. garganta tua.
eu, curiosa e oscilante. tu, mistério.
eu, mistério. tu, oscilante.
eu, sozinha. como tarde. e toda.
11.7.06
por mais que eu tente, os desejos sempre gritam. e nunca é tão simples, porque apesar de tentar e pensar "oh, fique quieta", os olhares em mim são inevitáveis, junto com as vontades. um beijo não é tão simples quanto parece, principalmente quando num banheiro, no escuro, inesperado. olhares não dizem nada, excepto quando de violão a tira colo e pele a tira olho. beijos e abraços nunca são de despedida quando as mãos e as bocas se misturam num eloquente grito de clemência para o "não", o "fica", o "diz tudo aquilo que eu quero que você diga". olhares nunca vazios quando seus olhos também me procuram. uma taça de vinho e um abraço. um beijo. tchau.
5.7.06
2.7.06
Entendo que, como antes, hoje continuas apenas uma estranha.
Acontece-me calar, o silêncio de uma voz magoada. Dançando as mãos.
Respiro entre o bulício dos sons em que as nossas vidas se perderam.
Não importa que estejas longe, maltrata permaneceres aqui.
Quando tempo e espaço se fundirem lentamente, conseguirás ouvir as palavras gravadas nos gestos.
E vou desenhar as linhas do teu corpo em silêncio, num quarto vazio. Vazia.
Acontece-me calar, o silêncio de uma voz magoada. Dançando as mãos.
Respiro entre o bulício dos sons em que as nossas vidas se perderam.
Não importa que estejas longe, maltrata permaneceres aqui.
Quando tempo e espaço se fundirem lentamente, conseguirás ouvir as palavras gravadas nos gestos.
E vou desenhar as linhas do teu corpo em silêncio, num quarto vazio. Vazia.

27.6.06
Minha mente e meu corpo dizem que há em mim um fluxo extático.
Sendo assim, atos e fatos intangíveis tornam-se mais óbvios.
As distâncias mais extremas são peculiares em relação às minhas oscilações.
Indefinido para o coração. Insalubre.
Dos sonhos estranhos ficam as perguntas pendentes.
Das tentativas, sobra o que eu tento vislumbrar de obscuro.
Dos segredos, densas lágrimas vermelhas.
Do meu corpo, um abismo de cheiros. Um gemido final.
Tu és, sem dúvida, uma das minhas personalidades, teoria ou qualquer outra nostalgia.
Fecho os olhos e espero a todo momento a sua mão no meu ombro.
Faz acordar. Faz desassossegar.
às vezes
você me reparte.
Sendo assim, atos e fatos intangíveis tornam-se mais óbvios.
As distâncias mais extremas são peculiares em relação às minhas oscilações.
Indefinido para o coração. Insalubre.
Dos sonhos estranhos ficam as perguntas pendentes.
Das tentativas, sobra o que eu tento vislumbrar de obscuro.
Dos segredos, densas lágrimas vermelhas.
Do meu corpo, um abismo de cheiros. Um gemido final.
Tu és, sem dúvida, uma das minhas personalidades, teoria ou qualquer outra nostalgia.
Fecho os olhos e espero a todo momento a sua mão no meu ombro.
Faz acordar. Faz desassossegar.
às vezes
você me reparte.

15.6.06
20.5.06
Eu ainda te procuro
No claro, no escuro
Nos lugares seguros ou não
Eu ainda te procuro
Com olhos de águia
Com o faro aguado de cão
Eu ainda te procuro
De uma forma sobre - humana
Nas cartas da cigana
Ainda estás nas minhas mãos
E uma chance dessas não se perde assim
Já é hora de eu gostar mais de mim
Eu ainda te procuro
Porque és a minha cara
Um bem que não cortei pela raiz
Eu ainda te procuro
Pelo amor, pelo futuro
Me recuso a desistir de ser feliz
Ivan Lins - Ainda Te Procuro
No claro, no escuro
Nos lugares seguros ou não
Eu ainda te procuro
Com olhos de águia
Com o faro aguado de cão
Eu ainda te procuro
De uma forma sobre - humana
Nas cartas da cigana
Ainda estás nas minhas mãos
E uma chance dessas não se perde assim
Já é hora de eu gostar mais de mim
Eu ainda te procuro
Porque és a minha cara
Um bem que não cortei pela raiz
Eu ainda te procuro
Pelo amor, pelo futuro
Me recuso a desistir de ser feliz
Ivan Lins - Ainda Te Procuro
19.5.06
run baby run!
faz tempo. no auge, deito no chão e olho pra luz. penso em como vai ser e, meu deus, será que vai ser? faz tanto tempo que eu apenas não lembro. me surpreendo. é surreal, é irresistível, e eu me sinto a suprema idiota do planeta. fico feito boba dando a cara a tapas. e de tapas na cara eu entendo. já levei alguns.
senta aí, vamos fazer uma música. vamos tentar.
só falta você chegar.
__
anjos seduzem?
faz tempo. no auge, deito no chão e olho pra luz. penso em como vai ser e, meu deus, será que vai ser? faz tanto tempo que eu apenas não lembro. me surpreendo. é surreal, é irresistível, e eu me sinto a suprema idiota do planeta. fico feito boba dando a cara a tapas. e de tapas na cara eu entendo. já levei alguns.
senta aí, vamos fazer uma música. vamos tentar.
só falta você chegar.
__
anjos seduzem?
4.5.06
sozinha. sozinha como alguém que já teve alguém de verdade. escrevo aos retalhos em folhas coloridas. arrancadas à força. palavras distraídas. tem chovido bastante, você percebeu? mas não tem tempo. antes o tempo não faltava. é a chuva chovendo. é a chuva chovendo. minha cara, a repetição é fundamental. deixe que as brisas ultrapassem a sua janela e a névoa prevaleça nas suas entranhas. seja forte, viva. como a própria luz. seja quente, fria. cheia de escrúpulos. seja promíscua. tire esse nó da minha gartanta. de repente alegam o fim da estória. não sou paciente. doença física ao nervo onde a tinta procura a boca. não desconfio. minhas palavras são sempre não. rendida pelo cansaço. farta. até o chão.
14.4.06
9.4.06
31.3.06
25.3.06
Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei para onde ir
Eu não sei por que moro ali
Eu não sei por que estou
Eu não sei para onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei para onde o mundo vai
Neste breu vou sem rumo
Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver um sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem
Cada um sabe dos gosto que tem?
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém
O mundo todo reside, dentro, em mim
Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz
(Vanessa da Mata - Onde ir)
Eu não sei para onde ir
Eu não sei por que moro ali
Eu não sei por que estou
Eu não sei para onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei para onde o mundo vai
Neste breu vou sem rumo
Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver um sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem
Cada um sabe dos gosto que tem?
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém
O mundo todo reside, dentro, em mim
Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz
(Vanessa da Mata - Onde ir)
22.3.06
você pode saber tudo de todas as bandas undergrounds. você pode cantar e tocar todas as músicas dos beatles. pode ter ido ao centro do mundo, ao lugar mais gelado. pode ser poliglota. você já bebeu as mais importantes bebidas, das mais belas garrafas. vinhos fudidos baratos. você já dançou no lugar mais alto do mundo. já fez amor com as índias das tribos mais antigas. você fuma o seu cigarro caro de merda. sim. você não precisa se explicar. você se justifica demais!
16.2.06
Pois bem. Pense. Imagine. Você está no mar. Sim. No mar. E seu carro. É um barco. Sim. Você. Dirigindo seu carro. Que não é seu carro. É um barco. A verdade é que é seu carro. Mas imagina, porra. É um barco. Pois bem. O carro. No mar. Peixes a sua volta. Toda imensidão. Horizonte azul. Paz. Nada de semáforos. Idiota, você está no mar. E as ilhas. São os postos. E a água. Combustível. E os golfinhos pulam ao seu redor. Que lindo. Que paz. E o mar. Azul. Muito azul. Cristalino. Ótimo. Agora durma. Durma. E volte. Volte. Isso, volte! Volte. Não! Voltar. Eu disse voltar!
...
...
...
Dormiu demais!
...
...
...
Dormiu demais!
14.2.06
eu senti, quando ela chegou pertinho de mim, aquele cheirinho que é só dela. denunciei meu interesse apenas pelo simples fato de não observá-la. optei pela angústia do silêncio, pelo simples prazer de encostar meu braço ao dela, assim, como duas desconhecidas no meio da multidão. optei por fechar os olhos e, em pensamento, cruzar meus olhos aos dela. optei pelo sim, apenas dentro de mim. escutei dela pedidos num balcão. virou-se e saiu. optei por mais uma dose. e mais outra. e mais outra. e mais outra...
4.2.06
18.1.06
Festa em família, que maravilha!
Pois é, teve a festa.
E eu fui. Tinha que ir.
Cheguei e ouvi as mais diferentes formas de "Tati, você veio!".
Festa em família, que maravilha!
Vovó bebeu demais, saiu pelo salão abraçando e dizendo que amava todo mundo, até a moça que limpava o banheiro. Meu tio brigou com minha tia, agarrou-se com uma garrafa de uísque e só chegou em casa dois dias depois. A amiga de mamãe levou o namorado, que ficou com outra, bêbado, na frente dela. Teve também uma prima, que depois da vigésima taça de vinho, resolveu enfiar o arranjo dentro da bolsa. Ela até conseguiria, se a bolsa fosse um pouco maior.
Foi lindo, todos os meus tios e tias bêbados, tropeçando e vomitando pelo salão. Uma diversão.
E é claro que eu bebi algumas doses extras e tentei ser discreta, mas logo me frustrei.
No final, dancei de rostinho colado com AT e agora vovô sabe que eu sou lésbica.
Que maravilha!
E eu fui. Tinha que ir.
Cheguei e ouvi as mais diferentes formas de "Tati, você veio!".
Festa em família, que maravilha!
Vovó bebeu demais, saiu pelo salão abraçando e dizendo que amava todo mundo, até a moça que limpava o banheiro. Meu tio brigou com minha tia, agarrou-se com uma garrafa de uísque e só chegou em casa dois dias depois. A amiga de mamãe levou o namorado, que ficou com outra, bêbado, na frente dela. Teve também uma prima, que depois da vigésima taça de vinho, resolveu enfiar o arranjo dentro da bolsa. Ela até conseguiria, se a bolsa fosse um pouco maior.
Foi lindo, todos os meus tios e tias bêbados, tropeçando e vomitando pelo salão. Uma diversão.
E é claro que eu bebi algumas doses extras e tentei ser discreta, mas logo me frustrei.
No final, dancei de rostinho colado com AT e agora vovô sabe que eu sou lésbica.
Que maravilha!
1.1.06
tudo isso é gênero. gênero feminino. palavras terminadas em a. você finge não saber. e você não sabe fingir. vejo você dançar. a maneira como você prende os cabelos e esse jeito de abrir e fechar os olhos, devagar, esperando que nesse intervalo de tempo as coisas mudem. e assim eu caio, contrariada, porque era outra a chama onde eu ardia.
minha querida, antes que você termine, deixe-me avisá-la que esse seu olhar me rasga a alma. essa malícia, e todas as noites de lua cheia. quero seu mar, quero sua pele branca envolvida nas minhas palavras.
faço supertições. sonho.
não consigo dormir.
te invento. me invento.
e isso é tudo.
tudo verdade!
minha querida, antes que você termine, deixe-me avisá-la que esse seu olhar me rasga a alma. essa malícia, e todas as noites de lua cheia. quero seu mar, quero sua pele branca envolvida nas minhas palavras.
faço supertições. sonho.
não consigo dormir.
te invento. me invento.
e isso é tudo.
tudo verdade!
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